Um dos heterônimos mais cultuados de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro alia força, lucidez e estilo lapidar em obra que tem a natureza como eixo principal. A nova edição inclui posfácio inédito de Leonardo Fróes.
Alberto Caeiro configura uma verdadeira revolução na trajetória de Fernando Pessoa. O heterônimo, que surgiu em março de 1914, quando Pessoa tinha 26 anos, se consagrou pelo estilo singular e bucólico, capaz de aliar polos aparentemente tão opostos quanto simplicidade e profundidade. Em versos que surpreendem pela clareza, Caeiro nos conduz por um universo composto de pedras, árvores, flores e montanhas e defende que as sensações provocadas pelo contato com a natureza são indiscutivelmente superiores ao pensamento lógico e racional.
A presente edição reúne toda a obra de Alberto Caeiro, composta por três conjuntos de poemas: “O guardador de rebanhos”, “O pastor amoroso” e “Poemas inconjuntos”. O volume conta com estabelecimento de texto de conceituados especialistas na obra de Fernando Pessoa – Richard Zenith e Fernando Cabral Martins –, autores de ensaios críticos incluídos no volume, e com posfácio inédito assinado pelo poeta Leonardo Fróes.
Fernando Pessoa(1888-1935) nasceu e morreu em Lisboa, Portugal. Órfão de pai aos cinco anos, ainda menino viajou com a mãe e o padrasto para a África do Sul, e lá concluiu seus estudos até ingressar na Universidade do Cabo. Em 1905 retornou a Lisboa, e três anos depois se estabeleceu na cidade, onde permaneceu até sua morte, trabalhando como humilde correspondente comercial para várias empresas. Em 1912 começou a colaborar com o periódico A Águia como ensaísta, e logo em seguida integrou o grupo que criou a revista Orpheu. A partir dessa época, colaborou com vários periódicos de vida efêmera, principalmente como poeta, ensaísta e tradutor. A maior parte de sua obra genial foi publicada após a sua morte — uma obra produzida de maneira solitária e isolada, distribuída em heterônimos (Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, entre outros), numa multiplicidade de vozes que influenciaram profundamente a poesia moderna. Considerado o maior poeta da língua portuguesa depois de Camões, foi igualmente um prosador de extraordinária lucidez. |
Leonardo Fróes nasceu em 1941 em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, e se criou na capital. Viveu os anos de aprendizagem em Nova York e na Europa, e mora em Petrópolis desde o começo da década de 1970. Foi editor, jornalista, enciclopedista. Entre 1971 e 1983 assinou a coluna “Natureza”, no Jornal do Brasil, reproduzida como “Verde” no Jornal da Tarde de São Paulo, tendo sido um dos primeiros a difundir no Brasil a consciência ecológica. Traduziu dezenas de livros do inglês, francês e alemão, de autores como Shelley, Goethe, Swift, Choisy, Faulkner, George Eliot e Malcolm Lowry. Montanhista e naturalista amador, traduziu também livros de especialistas em ciências da natureza, como Tukaní, do ornitólogo Helmut Sick, e Naturalista, do mirmecólogo Edward O. Wilson. Recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia, em 1996, por Argumentos invisíveis, e os prêmios de tradução da Fundação Biblioteca Nacional, em 1998, da Academia Brasileira de Letras, em 2008, e da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 2016. Nesse último ano recebeu também o prêmio Alceu Amoroso Lima — Poesia e Liberdade, concedido pelo Centro Alceu Amoroso Lima e pela Universidade Candido Mendes. |
Fernando Cabral Martins é professor de literatura portuguesa moderna na Universidade Nova de Lisboa e considerado crítico de referência em estudos pessoanos. Começou a estudar o poeta modernista no início dos anos 1990 e, desde então, sempre esteve envolvido com o acervo do autor, de quem organizou inúmeras edições para a editora lusitana Assírio & Alvim. Coordenou também um dicionário temático sobre Fernando Pessoa e o modernismo português, obra de referência nos estudos pessoanos. Pela Ateliê Editorial organizou a antologia sobre Almada Negreiros, Poesia É Criação. |
RICHARD ZENITH nasceu em Washington, DC, em 1956, e vive desde 1987 em Lisboa. Considerado um dos principais especialistas na obra de Fernando Pessoa, é escritor, tradutor, pesquisador e crítico. Em 2012, foi laureado com o prestigioso Prémio Pessoa. |
ISBN | 9786559211876 |
Autores | Pessoa, Fernando (Autor) ; Martins, Fernando Cabral (Compilador) ; Zenith, Richard (Compilador) ; Ramos, Elaine (Design) ; Fróes, Leonardo (Posfácio) |
Editora | Companhia Das Letras |
Idioma | Português |
Edição | 1 |
Ano de edição | 2022 |
Páginas | 282 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |
Utilizamos cookies para que você tenha a melhor experiência em nosso site. Para saber mais acesse nossa página de Política de Privacidade