Em O mal-estar da pós-modernidade — primeiro livro de Bauman publicado no Brasil —, o sociólogo polonês faz uma vigorosa reflexão das ansiedades modernas, estabelecendo nexos diretos com o famoso O mal-estar na civilização, de Freud.
O mal-estar na civilização, diagnosticado por Freud em 1930, nascia da vitória de Tânatos sobre Eros, da ordem sobre o caos, das normas sobre os instintos. Na sociedade pós-moderna, contudo, a lógica se inverte: o mal-estar surge da desregulamentação do mundo.
É disso que nos fala Zygmunt Bauman nesta reunião de artigos e conferências, publicada pela primeira vez em 1997. Se na modernidade o princípio do prazer foi sacrificado frente ao princípio da realidade, em nosso tempo há a oferta de liberdade à custa da segurança: a infixidez prevalece sobre a aflição da incerteza. Está distante o sonho moderno de suprimir as desigualdades. Agora o desejo é de suprimir os desiguais: os estrangeiros, os vagabundos, os dispensáveis.
Para esclarecer seu pensamento, Bauman lança mão de dicotomias que encarnam a cisão entre moderno e pós-moderno: arrivistas e párias; arraigados e nômades; produtores e consumidores; legisladores e intérpretes; soldados e mercenários; representação e simulacro.
O filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia, alcançou notoriedade junto ao grande público com suas análises do mundo contemporâneo. Em 2022, a Editora Unesp publicou seu Hermenêutica e ciência social: Abordagens da compreensão. |
Mauro Gama, poeta e crítico, nasceu em 1938, no Rio de Janeiro. Estudou letras clássicas e ciências sociais, em que se licenciou pela UERJ. Estreou em livro com os poemas de Corpo Verbal (1964). Trabalhou como redator de editoras e obras de referência, entre as quais cinco enciclopédias, como a Barsa 1, a Mirador Internacional (onde foi assessor editorial de Otto Maria Carpeaux e Antônio Houaiss) e Barsa 3. Trabalhou na primeira fase do Dicionário Houaiss e colaborou na imprensa carioca, sobretudo em revistas da Bloch, no Jornal do Brasil e O Globo, em cujo caderno “Prosa & Verso”, de vez em quando, ainda resenha livros de literatura. Autoexilado de sua grande e violenta cidade, vive hoje principalmente de lexicografia e traduções, em sua Quinta da Janaína, em Mendes/RJ. Outros livros publicados: Anticorpo (1969) e Expresso na Noite (1982), poemas; José Maurício, o padre-compositor (1983), ensaio; Michelangelo – Cinquenta Poemas (2007: tradução para o português coetâneo e estudo crítico; Prêmio Paulo Rónai da Fundação Biblioteca Nacional) e Zoozona seguido de Marcas na Noite (2008). Mauro Gama tem mais cinco livros de poemas inéditos, dois volumes de crítica e história literária, e muitos cadernos de diário, que escreve há quase 50 anos. |
ISBN | 9786559790432 |
Autores | Bauman, Zygmunt (Autor) ; Gama, Mauro (Tradutor) ; Gama, Cláudia Martinelli (Tradutor) ; Oliveira, Bruno (Design) |
Editora | Jorge Zahar Editor |
Idioma | Português |
Edição | 2 |
Ano de edição | 2022 |
Páginas | 320 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |
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